Carros 'zumbis' são vendidos mesmo depois de mortos
Ultrapassados, modelos da Volkswagen, Chevrolet, Fiat e Renault fazem hora extra no mercado nacional
Zumbi: um ser humano dado como morto que volta a vida e sai vagando pelas ruas desertas em busca de alimentos que, neste caso, seriam outros seres humanos "vivos". Este personagem fictício é bastante comum nos filmes de terror e seriados de televisão, mas, acredite você ou não, também existem alguns “mortos vivos” no setor automotivo.
Assim como os zumbis dos filmes, é bastante comum vermos estes modelos perambulando pelas cidades. Isso porque, por um motivo que mostraremos mais abaixo, estes carros ainda conseguem cativar o público e mantém um bom índice de vendas mensal (talvez por falta de opção devido ao alto preço cobrado pelos veículos mais recentes).
Grande parte deles já poderia ter deixado suas linhas de produções, principalmente pelo fato da maioria contar com substitutos nas concessionárias, mas algumas marcas preferem ver estes carros fazendo hora extra. Chevrolet, Fiat, Renault e Volkswagen são algumas das montadoras que continuam vendendo alguns dos maiores veteranos do mercado nacional.
A fórmula é a seguinte: os carros com concepção mais antiga têm seus preços reduzidos para voltarem a se encaixar no mercado e não canibalizar os modelos mais novos. Muitos são vendidos como veículos de entrada e assim acabam conquistando frotistas e pessoas que procuram seus primeiros automóveis, mas ainda querem economizar. Abaixo você confere com detalhes quem são os zumbis dos automóveis:
A linha Corsa já é mais do que veterana no mercado nacional, mesmo assim ainda é possível levar um modelo hatch, sedã ou o conhecido Classic por R$ 30.400, R$ 34.600 e R$ 27.000, respectivamente.
O problema é que a Chevrolet dispõe de modelos mais modernos como o Cobalt e o Agile, que serviriam muito bem como substitutos para os velhinhos. Mas, com preços que partem de R$ 35.500 para o hatch e R$ 39.000 para o sedã, ambos os modelos acabam se posicionando em um andar superior ao da "velha guarda" da GM.
A Fiat conta com o Mille como um dos principais representantes no time dos veteranos. Vendido no Brasil desde 1984, o compacto é o segundo modelo mais emplacado do país, porém, já divide as vitrines com o novo Uno desde 2010. Além disso, quando o Palio foi lançado em 1996, a intenção da marca era substituir um carro pelo outro, mas a marca percebeu que poderia alcançar um outro nível de compradores com o hatch e optou por deixa-lo como um “irmão mais caro” do Mille.
O Palio, por sua vez, também ganhou uma nova geração, mais moderna e caprichada, equipada com o bom motor E.torQ, porém a Fiat continua com o modelo Fire em linha. Ele é vendido como modelo de entrada e teve uma redução de quase R$ 3.000, tudo para manter-se competitivo no mercado.
Em 1996 a Renault começou a importar o Clio da Argentina e em 1999 o carro passou a ser produzido no Brasil. Desde o começo o compacto era considerado um carro robusto, com um bom acabamento e tinha até uma aura de “veículo importado”, mas com a chegada do Sandero, o Clio tornou-se obsoleto. Os plásticos utilizados no acabamento interior, por exemplo, perderam a qualidade e o Clio virou mais uma opção de carro barato (o mais barato sai por R$ 25.600).
Correndo em outra direção está o Renault Megane Gran Tour. Atualmente vendida por R$ 50.660, a perua vem muito bem equipada de série, mas é um carro antigo. O Megane sedã saiu de linha em 2010 e deu espaço para o Fluence, deixado o Gran Tour como uma boa opção familiar. O custo/benefício é alto, mas a atualidade do projeto ficou no passado.
Na gama da Volkswagen, existem três produtos que merecem uma atenção especial: Kombi, Parati e Gol G4. Todos eles já passaram do estágio de velhinhos. Além disso, com exceção da Kombi, a marca lançou substitutos a altura para todos, como o SpaceFox e o novo Gol. Mas, parece que a procura por cada um desses modelos os mantém vivos, mesmo que respirando por aparelhos.
A Parati sai das concessionárias por assustadores R$ 43.000 e o Gol G4 parte de R$ 26.690 com motor 1.0, já a queridinha dos frotistas custa R$ 49.930, um preço elevado para carros que carregam décadas e mais décadas em seus porta-malas, não é? Não há qualquer informação por parte da VW sobre a descontinuação na produção destes modelos.